Irozuku Sekai no Ashita Kara

Irozuku Sekai no Ashita Kara

Faz tempo desde a última vez que eu apresentei um desses animes que, ao final, faz qualquer um ao menos deixar escorrer uma lágrima. E é meu dever garantir que mais machões deixem de seguir esse caminho sem nexo. Além do anime ser incrível, obviamente. Mas por tal motivo que hoje vos apresento Irozuku Sekai no Ashita Kara, ou como está no Prime Vídeo, Iroduku: O Mundo em Cores.

Irozuku Sekai no Ashita Kara é um anime original de produção da Sotsu (Hataraku Maou-sama), NBCUniversal Entertainment Japan (Black Bullet) e Infinite (Shirou Suna no Aquatope), junto dos estúdios P.A. Works, que é um estúdio conhecido por diversos trabalhos de alta qualidade.

Mas chega de enrolar e vamos que importa!

Sinopse

irozuku sekai no ashita kara

Mesmo vivendo em um mundo encantado por magia, para Tsukishiro Hitomi, o mundo é um lugar monocromático, sem qualquer sentimento ou vida. E um dia, enquanto via os fogos em completo preto e branco, sua avó, Tsukishiro Kohaku, diz que vai mandar Hitomi 60 anos no passado, onde vai se encontrar com a Kohaku ainda adolescente. E sem perguntar a vontade de Hitomi, ela manda a neta para o passado repentinamente.

Agora em 2018, Hitomi recebe o auxílio da família Tsukishiro da época, mas até que ela consiga voltar para seu tempo original, ela vai precisar estudar, como qualquer outro adolescente. E na versão de 2018 de seu colégio, Hitomi conhece Aoi Yuito, um ilustrador que aparentemente não tem nada demais. Mas, por algum motivo, Hitomi consegue ver as cores nos desenhos de Yuito. E querendo ver as cores novamente, ela se junta ao Clube de Fotografia e Arte.

Até que possa voltar para casa, Hitomi vai se envolver com todos do clube de Fotografia e Arte, além da versão jovem de sua avó, Kohaku, para descobrir o motivo de ela não enxergar mais cores. E quem sabe, fazer que Hitomi deixe de odiar a magia.

Um mundo preto e branco

Irozuku Sekai no Ashita Kara é um daqueles animes que segue sua premissa do começo ao fim. Sempre que o mundo é visto pelos olhos da Hitomi, primeiro mostra a imagem colorida, para depois a versão monocromática que Hitomi enxerga. E isso é claramente um reflexo de Hitomi.

Durante todo o anime, se percebe o quanto ela se limita, não se permitindo falar o que sente. As vezes ela nem sequer se permite sentir. E as cenas as quais ela vê cores, devido as obras de Yuito, deixa claro que ela só consegue ver as cores das obras dele. É coisa de realmente tudo estar em preto e branco, mas a obra dele colorida.

O mundo monocromático de Hitomi sendo tomado por cores

E é incrível ver como lembrar das cores começa a mudar ela. A animação toda mostra o quanto isso afeta a Hitomi, e em muitos momentos, por ser um anime com magia, se pergunta se os efeitos representam os sentimentos dela, ou se aquilo é a magia da Hitomi respondendo aos sentimentos dela.

Uma pequena análise

Normalmente, eu deixo essa parte para fora do Mancha, mas hoje em específico, eu quero fazer essa pequena análise. Em relação a Hitomi, de Irozuku Sekai no Ashita Kara, e o fato de ela não conseguir enxergar cores, tem algo muito importante a ser apontado. Ela não é daltônica. No caso, ela não enxergar é uma questão completamente emocional. Não vou me aprofundar muito em termos técnicos, o que a Hitomi tem, seria um caso de Somatização.

Há alguns poréns nisso, pois somatização ocorre quando o sofrimento psicológico causa sintomas físicos. Mas, ao menos pelo meu conhecimento, não houve nenhum caso de uma pessoa passar a ter acromatopsia (cegueira de cores) por isso. Mas ainda é o que aparenta ser o caso de Hitomi.

irozuku sekai no ashita kara
A representação da Hitomi presa ao trauma

Devido a Hitomi represar seus sentimentos, e se manter em um estado de apatia constante, seu corpo reage de maneira a representar essa apatia pela acromatopsia. Durante todo o anime, fica claro que os momentos que Hitomi vê cores, são aqueles que ela não consegue represar suas emoções e sentimentos, e é sincera consigo mesma.

E como sempre acontece (sim, sempre, ao menos minha experiência na clínica foi sempre assim), todo o comportamento danoso é ligado a uma questão maior. Eu não vou falar qual o caso da Hitomi, porque seria um spoiler dos grandes, e iria fazer uma das melhores cenas, ao menos em minha opinião, perder muito peso. Mas quanto mais cavam, e mais a Hitomi chega perto desse problema central, há também certa resistência por parte dela, o que também é comum na clínica. Contudo, tudo muda quando ela toca essa questão, e mesmo com o sofrimento que isso causa, o alívio após isso é o que faz valer a pena.

Irozuku Sekai no Ashita Kara

Bem, depois dessa análise, algo que dificilmente eu me permito fazer aqui, acho que já fica claro o quanto eu gostei de Irozuku Sekai no Ashita Kara. Mas se ainda não é suficiente para ficar bem claro, eu tenho muito prazer em dizer todos os pontos positivos.

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A animação é simplesmente fascinante, como era de se esperar da P.A. Works. Por ser uma obra original, o enredo é feito para terminar nos 13 episódios, sem precisar colocar mais nada, o que também permitiu um ritmo quase perfeito para o anime. Melhora ainda mais com uma trilha sonora que te envolve, e personagens carismáticos que te fazem querer ver mais deles.

E tudo isso junto leva a uma experiência maravilhosa, que faz qualquer um rir, ficar irritado, e até mesmo garante aquele momento de lágrimas, tanto pela parte triste, mas também pelo lindo final que Irozuku Sekai no Ashita Kara nos dá.

Então, acho que é bem óbvio o quanto eu aconselho a todos que assistam Irozuku Sekai no Ashita Kara. Esse anime vale cada segundo, e a melhor parte. Quando acaba, não faz querer uma continuação. Porque o final é tão perfeito, que se tiver mais estraga.

Kasa

E é isso aí! Aquele abraço e até a próxima!

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Bruno Arade

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