Tokkou no Shima
Olá, como estão? Tudo bem com vocês? Nessa época do ano eu sempre lembro o fim da Segunda Guerra Mundial, e o manga de hoje fala sobre isso. O Tokkou no Shima, ou também conhecido como The Isle of Tokkou é manga do Sato Shuho. Foram publicadas irregularmente desde 2004 até final de 2017 pela Weekly Manga Times de Houbunsha.
O Tokkou no Shima trata da tarefa espacial, comumente conhecida como ataque suicida, realizado com o submarino Kaiten no final da Segunda Guerra Mundial. Dentro da perspectiva de que os japoneses perderiam a guerra, o Tokkou no Shima questiona a diferença entre lutar até a morte e o sentido de usar medidas desesperadas em uma campanha. Aliás, mostra o cenário pela visão do jovem protagonista. Entretanto, no início, ele não consegue visualizar o que deve ser protegido, e escolher o que deve ser priorizado: a “nação” ou o “indivíduo”.
Sinopse
No final da Segunda Guerra Mundial, dois oficiais da marinha japonesa, Kuroki Hiroshi e Nishina Sekio, propuseram aos superiores o uso da arma suicida. Assim, o torpedo humano, Kaiten, acabou sendo colocado em uso. Recrutaram Watanabe Yuzo e outros treineiros do Corporação Aéreo da Marinha Japonesa de Fukuoka, como membros da tripulação. Naquele momento, o Watanabe vivia o vazio emocional, e estava incapaz de encontrar o sentido da vida, mas devido a convocação, decidiu consumir a própria vida em uma missão suicida com o Kaiten, a fim de “fazer valer a própria vida”.
Logo ele recebeu a notícia de que sua família havia sido exterminada com um bombardeio, e assim ele começa a procurar o lugar para morrer. Em julho de 1945, quando as forças americanas ameaçavam chegar às ilhas japonesas, Watanabe recebe finalmente a ordem de contra-ataque.
Coleta de dados
As obras de Sato Shuho, como “Umizaru” e “Say Hello to Blackjack”, retratam as cenas com uma enorme meticulosidade ao ponto de parecer que ele atuou nessa profissão. Isso é fruto das pesquisas e entrevistas que ele realiza. Por isso, muitas das obras de Sato Shuho conseguem retratar as contradições que existem entre a vida e os locais que a vida entra em risco. No caso do Tokkou no Shima, é mais uma obra que retrata a vida e as condições extremas em um contexto histórico. Embora o Sato Shuho tenha nascido em 1973 e não seja da geração que vivenciou a guerra, o retrato emocional das pessoas que viveram aquele período estavam vívidos, como se ele tivesse lá. Sempre me surpreendo com a capacidade de coleta de dados do Sato Shuho.
Ficção fiel à história
O Tokko no Shima não é nada mais do que ficção, mas muitas cenas seguem fielmente a história. Pois, quem estava lá, antes de ser militar, eram humanos. Assim, há muitos personagens do manga que realmente serviram no Kaiten-tai. Assim, o autor inseriu o Watanabe Yuzo, o personagem criado por ele para conviver. Por causa da semelhança de seus nomes, inicialmente achei que Watanabe Yuzo fosse baseado no subtenente Watanabe Kozo. Falecido em uma missão suicida com o Tenente Nishina Sekio. Mas, aparentemente não foi o caso. No caso, o Watanabe Yuzo foi modelado pelo tenente Katsuyama Jun, e ele desempenha um outro papel na história do Tokkou no Shima.
O apoio e encorajamento dado ao Watanabe foram pelas pessoas que realmente estavam lá, em 1945. Isso fez que eu criasse interesse pelas pessoas e fui saber mais sobre o Kaiten. Os retratos e histórias relacionados ao Kaiten ocorrem quase sem alterar os relatos históricos. Ressaltando, embora seja uma história fictícia, os fatos históricos essenciais não sofreram alterações, reproduziram o que deveriam ser retratados. Nessa parte, percebi a consideração e o respeito aos jovens falecidos e seus familiares.
Não foi apenas pelo céu
Quando falamos em atacantes suicidas durante a guerra, tendemos a nos concentrar nos Kamikaze, os ataques suicidas aéreos. Mas na realidade, havia outros. Como o Kaiten, apresentado nessa obra e o Shinyo, realizava ataques suicidas utilizando barcos. Isso só deixa claro o desespero da Marinha Japonesa. Esse tipo de ataque trata as pessoas apenas como armas: não havia nenhuma chance de sobrevivência após você sair para o ataque.
Nesse contexto, o Watanabe se voluntaria para tal missão suicida, mas o Tokkou no Shima deixa claro que nem todos os que eram membros desta tarefa sentiam o mesmo. Por exemplo, o Watanabe era um garoto comum que adorava desenhar, mas a cada volume que avançava, seus olhos ficaram cada vez mais doentios, e há uma cena em que o colega dele confunde Watanabe com o tenente Nishina. É realmente triste ver este menino, que talvez teria seguido sua carreira como pintor se não houvesse a guerra. Talvez não teria que desistir de sua vida para se tornar um soldado e matar pessoas.
Ataque suicida
Por muitos anos, tem sido difícil para mim compreender o espírito dos ataques suicidas. Para ser honesto, está além da minha imaginação. Não é que eu não entenda, é apenas por eu ser de uma geração que não obedece simplesmente por serem ordens. Então, entendo a ideia de que “voltar VIVO com alguns resultados de batalha” seja válido. Mas, a ideia por trás dos ataques suicidas era que “na guerra, é bastante provável que você MORRA de qualquer maneira, assim, se você vai morrer, pode muito bem fazê-lo de uma forma que possa obter grandes resultados”. Em outras palavras, realizamos ataques suicidas… É uma pena que os superiores tenham aceito um método que certamente os mataria.
Vida e morte
Enquanto lia o Tokkou no Shima, encontrei artigos sobre as obras de Sato Shuho. Dizendo que ele trata muito de morte, por exemplo; tratamento médico, resgate, e guerra. Vi algumas críticas dizendo: “ele vende o conceito de morte”. Pessoalmente, mesmo quando se trata de morte, os trabalhos de Sato Shuho não trabalha unicamente com a morte, mas sobre o processo de cada personagem encontrar o sentido da vida para aqueles que estão envolvidos em processos relacionados à vida e à morte. Não se trata sobre histórias tristes e só.
Além disso, independente da sua formação, para quem tem o mínimo de empatia para viver em sociedade, tem uma leitura fácil. Pois, sempre há descrição de insatisfação com o sistema no qual o protagonista está vivendo, e é descrito como um problema que ele tem que enfrentar. Ainda mais, estas cenas são tão humanas que perguntamos se devemos realmente estar acomodados.
Não sei por que leio todos os anos, ao menos, um manga sobre a guerra. Um tanto quanto estranho, e eu não sei, mas eu leio. Não sei por que os leio, mas não posso deixar de lê-los.
Terminarei com um clichê, mas sinceramente quero que tal tragédia não se repita.
Pois bem. Querem o Manga? Se for em Inglês, acha na Amazon. Em portugues, ainda não achei, mas sei que vocês conseguem. Tenho fé!
Como sempre amarrei com muita força, mas conseguiram refletir?
Bem, então, até a próxima!!
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