Takopi no Genzai: O drama feliz e cruel
Como vocês estão? Estão todos bens? Esse final de semana acabei de ler um manga que, quando comecei a ler, me arrepiou todo. Por ser super feliz e abruptamente cruel em n-fatores. O nome dela se chama: Takopi no Genzai, ou em inglês: Takopi’s Original Sin. Ao menos o título não aparenta ser tão agressivo. O autor Taizan 5 iniciou a sua serialização no Jump + em dezembro de 2021 e finalizou em março de 2022. Foi bem curtinho, só tem 2 volumes. Mas eu não conseguia terminar de tanta brutalidade e a crueldade que o autor inseriu nela.
Sinopse
Digamos que seja um drama humano com ficção-científica na sua essência, envolvendo três famílias. Ela inicia com o quando o alienígena: Tacopi conhece uma menina bolinada: Shizuka. Acredito que a palavra-chave neste manga é a “inocência”.
O drama super feliz e cruel: Takopi no Genzai
O Takopi caminha dentro da esmagadora insanidade
Para iniciar, devo dizer que o contraste criado no Takopi no Genzai é extraordinariamente fora do padrão.
O ambiente familiar sinistro, sombrio e insalubre que os estudantes do ensino fundamental estão posicionados é perturbador. Entretanto, no meio dela está o “Takopi”, um personagem alienígena que só conhece a felicidade, a pureza. É a personificação da mente de coach, a total positividade. Este contraste fez com que o Takopi destacasse de uma forma horripilante.
Isto deixou o Takopi no Genza extremamente interessante. Aliás, abrindo o adendo, isso fez com que eu achasse que o Takopi seria o vilão, como o Kyubey do Madoka Magica.
Voltando ao assunto, além da estranheza que o personagem causa, o design do Tacopi é tão simples e tão branco que destaca visualmente no meio do ambiente escuro.
É como se o Metallica tocasse no (falecido) Domingão do Faustão (atual Domingão com Huck). Ou, como se o Ronaldinho Gaúcho entrasse no supremo tribunal para julgar alguém.
A não compatibilidade, a sensação daquilo, vulgo Takopi, existir em um mundo onde não é dele, mundo é muito intrigante.
Pelos histórico de mana que li na minha vida, normalmente, personagens como Tacopi, que é uma positividade ambulante, são bastante difíceis de encaixar bem.
Achei que no Takopi no Genzai seria tão difícil tanto quanto. Como por exemplo, descrever o que torna o Tacopi infeliz ou triste, ou também o que ele não considera feliz, e entre outros. Tudo isso, sem destruir a sua identidade.
Mas nesta obra, o autor vai a fundo nesses pontos também, e mesmo assim o conceito do Takopi não desmoronou. A forma que manuseou o Takopi, uma criatura pura, que só conhece a felicidade, e a maneira como é usada é boa demais para ser verdade!
Mas por que usar estudantes do fundamental?
Neste manga, os personagens centrais são do ensino fundamental I. Não é do ensino fundamental II, nem do ensino médio, muito menos do jardim de infância.
Acredito que o fundamental I foi o ideal, por 4 razões:
- Enfatizar a pureza do Takopi
- Busca da realidade
- A discrepância criada entre os dois lados
- A crueldade característica das crianças
Explicando um pouco mais cada ítem.
1. Ao colocar Tacopi entre as crianças, ditas e idealizadas como inocentes, a pureza e inocência dele fica muito mais enfatizado.
2. Caso a idade fosse um pouco mais alta, a agressividade roubaria a essência da narrativa. No entanto, com a faixa etária muito baixa, perderia a possibilidade daquilo ser real.
3. e 4. são por tentar expressar a diferença entre o grotesco gerado pelos personagens humanos, e a crueldade causada pela inocência, devido a falta de senso comum.
Para ser honesto, esta manga dependeu muito do elemento “escola” trazido à tona.
Se o elemento “escola” fosse muito destacado, perderia bastante o suspense criado, e não haveria emoção real. Por outro lado, se tivesse faltado, perderia um dos elementos constituintes. Dosou muito bem para desenvolver a história. Achei desafiador. De qualquer forma, o fato de ser composto, basicamente, por crianças em idade escolar, torna este trabalho incrível!
Sinceramente, quando vi pela primeira vez a frase: “drama humano nas escolas fundamentais”, fiquei pensando: “Q?” Com várias interrogações na mente. Mas quando li os primeiros capítulos, percebi o quão real era essa frase.
Composição de alta precisão
A outra fonte do Takopi no Genzai ser tão interessante é pela composição que flui lindamente. Ela foi precisa ao ponto de caber em apenas dois volumes.
O desenvolvimento foi além das expectativas. Ainda mais com o ritmo sendo vertiginosamente rápido. Isso também me assustou, pois mesmo nessas condições não perdeu o caminho.
É uma manga sombrio e feliz, com tragédia rolando pra tudo quanto é lado. Até parece a realidade japonesa. As”mudanças repentinas e dramáticas” e o fluxo da história deixam tudo extremamente interessantes.
Resumindo: O drama super feliz e cruel: Takopi no Genzai
Isso foi o resumo sem spoiler do Takopi no Genzai. Bem, agora, esta é uma revisão do pecado original da tacopéia.
- A estranheza que o Tacopi carrega.
- A temática abordada por estudantes do fundamental I.
- A esmagadora capacidade de composição
Estes são, provavelmente, os fatores que tornam extraordinariamente interessante “Tacopi no Genzai”.
É um trabalho pesado que faz você perceber o quanto a sombra fica escuro quando há uma luz muito forte! Essa densidade de conteúdo não encontra em qualquer manga da Jump.
A estrutura emaranhada do manga, não é algo que agrada o paladar universalmente, mas provavelmente criará, ou já deve ter, uma base de fãs bem fervorosos. Para finalizar, esta obra não é nada tradicional da Jump! Fique ciente de que vocês terão surpresas. Talvez, o tempo está passando e ocorreram mudanças.
Nós também devemos mudar, junto com o Tacopi!
Então o seguinte, querem o Manga? Vai no Manga plus. Em Jp está aqui no Jump plus.
Querem o Anime? Não tem. Bem, então, até a próxima!!
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