Superstar wo Utatte: O grito da alma
Olá, como estão? A obra de hoje é sobre um rapper saindo das lamas. É basicamente o grito da alma de um jovem de Osaka. A obra se chama Superstar wo Utatte. Em uma tradução livre seria algo do tipo “Cantando o talento”.
Essa obra agressiva que machuca muito, tem como autor Usuba Kei. Estava sendo publicado no Monthly Big Comic Spirits, mas desde março de 2024, passou a ser publicado no Big Comic Spirits com lançamento semanal.
Aliás, no momento da publicação deste artigo, ainda está no 2.º volume, e no obi da recomendação estava o nome do Horikoshi Kouhei, do Boku no Hero Academia.
Então, sem mais delongas, vamos para a sinopse?
Sinopse
Falando de forma bem simples seria assim. Protagonista Oji Yukito, 17 anos, traficante. A trajetória dele entra no caminho do rap.
Dando um pouco mais de detalhe, ele perde a mãe que era viciada, a irmã mais velha que ele tanto gostava e torna-se órfão. Nessas condições, a única pessoa que ficou próximo dele era o amigo dele. Mas para sobreviver o Yukito traficava e aguentava o chefe dele que espancava até dizer chega.
Nessas condições ele conhece o rap, no começo, nenhum pouco interessado, mas com o decorrer do tempo começa a jogar os sentimentos nas letras.
Superstar wo Utatte: O grito da alma
A dificuldade de expressar
Para começo de conversa, eu também trabalho com “comunicação”, e sei muito bem, e tenho muito claramente que seria fatal não ter o que expressar. Ao menos “não saber expressar o que pensa” é menos pior do que “não ter o que expressar”.
Por que comecei assim? Pois no início do 1.º volume, o protagonista Yukito diz que não tem o que expressar. Logo, a Lili vira pra ele e manda “Se não tem mais o que falar, não tem o que fazer”. Indicando que não há como avançar como rapper pois ele não tem mais mensagem.
O assustador são as cenas seguintes, um armário socado com mais de 1000 cadernos encaixotados com várias mensagens.
Ou seja, mesmo na situação de miséria que o protagonista está, ele expressa da forma que ele consegue e do jeito que consegue.
Teve uma expressão no decorrer da obra que me marcou muito, na qual dizia: “Tenho que falar. É agora. Tenho que marcar”
A repetição
Agora mudando o ponto de vista. A obra tem personagens com uma arte mais arredondada e terno. Mas o fundo é bem bagunçado, trazendo uma sensação de desorganização. Esse gap já é bem notório e marcante. E assim, toda obra é feita a mão. O autor faz tudo no papel e caneta.
Uma característica da obra são as várias páginas com quadros intercalados de frases. Entre um quadro e outro há uma sentença. Como se as frases ali fossem ideias, sentimentos, emoções que permeiam os quadros. Enquanto lia, tive a sensação de estar assistindo um documentário onde há um narrador sussurrando no pé da minha orelha. E para piorar (ou melhorar, depende do ponto de vista), os termos utilizados entre ela era comitiva. Mesmo com a obra sendo em preto e branco com tons de cinza, as letras davam cor na obra. Tudo bem que muitas delas era uma cor de desespero. Mas isso é detalhe. Se vocês lerem, vão entender.
Resumindo o Superstar wo Utatte: O grito da alma
Bem essa foi a breve visão sobre o Superstar wo Utatte. No começo da obra, queria ouvir as letras. Mas com o decorrer da obra vi que a obra não fala somente da trajetória de um rapper. Mas do crescimento humano dele.
Talvez a forma que isso é apresentado seja um tanto quanto cafona. Afinal de contas, não é uma obra de ação, mas drama humano e os cenários são discursivos. O soco verbal que eu tomei foi muito parecido de quando conheci o Racionais MC’s.
Aos que desejam anime, sinto muito. Por enquanto não tem. Mas eu amaria ver essa obra sendo adaptada.
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