Kujo no Taizai: Advogado porta de cadeia?

Kujo no Taizai: Advogado porta de cadeia?

Olá, como estão? Antes de começar vamos com uma pergunta. Advogado de porta de cadeia é algo que deveria acabar? Se sim, por quê? Se não, por quê? Pois a obra de hoje, Kujo no Taizai, nos faz questionar.

Comecei o texto com uma pedrada. Mas tudo bem, logo venho a explicar. Antes disso, os dados técnicos. Essa obra também é do autor Manabe Shohei, o mesmo do Yamikin Ushijima-kun, e serializada no Big Comic Spirits. Então vamos começar pela Sinopse?

Sinopse

O advogado Kujo Taiza aceita clientes de todo tipo, incluindo yakuza, hangure (yakuza mirim, nome dado a grupos de gangues), ex-presidiários e assim por diante. Ou seja, não há um cliente que seja “limpinho”. Mesmo sendo chamado carinhosamente na Internet de advogado de porta de cadeia, corrupto e semelhante, e sofrendo pressão de sua esposa divorciada por causa da pensão alimentícia, Kujo e seu advogado assistente, Karasuma Shinji, trabalham juntos para defender seus clientes.

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Legislação e moral

Um ponto a ser colocado de maneira bem nua e crua nessa obra é a comparação entre a legislação e a moral.

Logo no começo da obra o Karasuma diz ao Kujo: “Aos olhos do público, você é um advogado desonesto.” A isso, o Karasuma segue: “Sou um advogado e sem nenhuma crença ideológica. E mais ainda separo a legislação e a moralidade. É dever do advogado defender seu cliente, mesmo que isso seja moralmente indesculpável.”

À primeira vista, isso parece uma boa desculpa para não dizer: “Pagando bem, aceito qualquer caso para advogar”. Entretanto, com o decorrer do tempo, percebe-se claramente que o Karasuma entende um fenômeno crucial. 

Kujo no Taizai capa manga

O limite da moralidade

A fluidez da moralidade é viscosa, pois ela muda com o tempo. Como por exemplo, a “moralidade”, antes prescrita por Deus, desmoronou com a “morte de Deus”. Isso ocorre devido a modernização da sociedade. A “moralidade”, que era considerada universal, tornou-se relativa.

Não digo que a legislação seja absolutamente correta e atemporal. Quem sou eu para dizer uma atrocidade dessa, mas o Kujo usa isso para defender o seu cliente. Talvez o que é legalmente correto não seja moralmente aceitavel, ou talvez, o que é moralmente correto talvez seja ilegal. Nessas condições, o Kujo sempre coloca o seu cliente em primeiro lugar. Até certo ponto humano.

O interessante é que com o Kujo no Taizai podemos visualizar as falhas legais que ocorrem na sociedade japonesa e ao mesmo tempo perceber como os maus intencionados usufruem desse esquema bem bolado.

Resumindo o Kujo no Taizai: Advogado porta de cadeia?

Bom, isso foi uma breve introdução do Kujo no Taizai: Advogado porta de cadeia? Uma obra que revela a disparidade da moralidade e da legislação. Tudo bem que em alguns casos a moralidade e a legislação dão as mãos. Mas em muitos casos, deixando bem claro que a legislação não é feita para pobres proletários, e para se dar bem com ela, talvez, a moralidade atrapalhe o nosso caminho.

Recomendo fortemente para pessoas que tenham interesse em entender um pouco mais a sociedade. Tudo bem que o Manabe Shohei retrata a sociedade e a legislação japonesa, mas há vários pontos que ocorrem igualzinho no brasil, o que difere é o cenário.

Então, divirta-se!!

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Yago