Hoshi wo Ou Kodomo
Se você pudesse transformar suas memórias em uma música, com o que ela pareceria? Bem, isso é uma das coisas que surgem neste filme de Makoto Shinkai. Sim, mais um. E não é o último. Nas últimas semanas, lhes apresentei Kotonoha no Ni wa, Kumo no Mukou, Yakusoku no Bashou e Byousoku 5 Centimeter. E hoje lhes apresento Hoshi wo Ou Kodomo!
Hoshi wo ou kodomo estreou em 2011, e supostamente está disponível da Netflix. De outros países, porque aqui no Brasil não tem. É no esquema que a gente já conhece. Mas enfim, vamos ao que importa!
Sinopse
Além de ser uma estudante exemplar e cuidar de sua casa enquanto a mãe trabalha, Asuna tem o costume de ir até as montanhas perto de casa, onde fica sua base secreta. Um lugar que ela sempre leva mantimentos, livros, e seu rádio de cristal.
Um dia, Asuna é salva por Shin, que enfrenta uma estranha criatura que queria devorar a garota. Mas com a morte de Shin, Asuna acaba se envolvendo em uma aventura em um mundo desconhecido, cheio de criaturas vistas em mitos e perigos.
Tudo em uma jornada que vai a ensinar a conseguir dizer adeus.
Referência a mitos
Uma coisa que fica óbvio em Hoshi wo no kodomo, se você tem algum interesse em mitologia, é que a obra se baseia nisso. Criaturas que, claramente não são comuns, e logo a menção de Agartha. Bem, a aventura em si se passa em Agartha.
A representação é muito interessante. Um mundo dito como puro, mas apenas são pessoas que vivem de um jeito diferente. Assim como os humanos do “nosso” mundo, os de Agartha tem suas questões culturais, preconceitos, ódios, e crimes. Eu poderia falar mais sobre isso, mas seria um spoiler bem grande.
Mas sobre os mitos, duas coisas em específico são referenciadas: primeiro, é Agartha, como disse. O mito original, Agartha é dita como uma cidade no centro da terra. Porém, em Hoshi wo no kodomo, os mitos fazem a ligação de Agartha com o submundo. Além disso, há criaturas conhecidas por guardiões, mas nomeadas de Quetzalcoatl, que agem como pequenas divindades, livres por Agartha. E diferente do que a maioria conhece, são há a representação de quetzalcoatl como a serpente, e sim a compreensão de seres divinos.
Há outras referências, mas algumas delas seriam literalmente spoilers. Então vou me conter.
Uma jornada de amadurecimento
Se você entrar na página de Hoshi wo no kodomo no MyAnimeList, vai ver que tem a tag de romance lá. Mas não se deixe enganar. Porque o romance existe, mas não do jeito que estamos acostumados. Hoshi wo no kodomo é, acima de tudo, uma jornada de amadurecimento para a Asuna. Detalhe, ela é uma criança, que conheceu alguém, se apaixonou por esse alguém, apenas para ficar sabendo que ele morreu.
A jornada dela mostra o quanto as pessoas sofrem, se mantém em negação constante em relação a perda, até conseguirem realmente aceitar o ocorrido e então viver o luto. Ao mesmo tempo que tem o lado oposto, daquele que não conseguiu aceitar a perda, e ainda luta contra isso.
Hoshi wo no kodomo
Sinceramente, Hoshi wo no kodomo foi um filme que eu gostaria de ter conhecido antes. Como psicólogo, ver a maneira que representaram todo o processo de perda, aceitação e superação na história, foi algo que me fez gostar ainda mais da obra.
Ah, e a frase inicial, sobre transformar as memórias em uma música, me fez acreditar que o filme teria uma relação mais intensa com música. Mas na verdade não. Porém, não se preocupem, porque o motivo disso ser importante é explicado ao final.
De qualquer forma, eu recomendo a todos assistirem Hoshi wo no kodomo. É uma mudança considerável nas obras do Makoto Shinkai, que seguiam um rumo mais pro romance, com pouca ficção, e nesse, ele vai fundo na questão da fantasia, com direito a lutas de espadas e tudo mais.
E é isso aí! Aquele abraço e até a próxima!
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