Bakuon Rettou: Retrato de uma era

Bakuon Rettou: Retrato de uma era

Olá, como estão? Aqui no Japão, principalmente nessa época do ano, surgem umas criaturas que já estão quase em extinção. O famoso BOSOZOKU, a gangue de moto. Mas como eles eram? Como se comportavam? Como se vestiam? Onde vivem? O que comem? Lista de questões tal qual o Globo repórter. Para essas questões, há o Bakuon Rettou. Uma obra do Takahashi Tsutomu lançada na revista Montly Afternoon, na qual ele mesmo diz que “é quase uma autobiografia”. 

Então vamos ver como essas criaturas viviam?

Sinopse

Tokyo, Shinagawa, na década de 1980. O Kase Takashi é transferido de escola pelos comportamentos marginais, fora do “padrão”. Na nova escola, ele conhece alguns meninos como ele que não queria seguir o padrão. Assim, junta-se ao bosozoku, gangue de motoqueiros, ZEROS. No começo, o Takashi era realmente só um pirralho querendo se fazer de diferentão, mas com o decorrer do tempo, de pouco a pouco, ele consegue expressar e dentro do ZEROS vai obtendo experiências distintas a do convencional, enquanto desafia os padrões do mundo. A história de um menino nua e crua que só queria andar de moto.

Bakuon Rettou Kase Takashi moto Honda
O encontro dele com a moto

Bakuon Rettou: Retrato de uma era 

Não há heróis

Primeiro devo dizer que nessa obra não há heróis, mas humanos como nós, meros mortais que em um pequeno descuido perecemos. Nessa obra não há idealização de como seria legal a vida de um bosozoku. Mas retrata sentimentos que na época eram vivenciados por vários.

Uma característica bem forte do Bakuon Rettou são esses retratos. Como por exemplo, os atritos dos jovens com a sociedade, os desgostos das brigas e a relação com as gangues, sem idealizar os bosozokus. Como o autor, Takahashi Tsutomu, também participou era um dos bosozoku em sua juventude, no posfácio da obra, disse que o contexto histórico do início da década de 1980, bem como o abandono do ensino médio pelo protagonista e a morte acidental de dois amigos, e assim por diante, são todos baseados em suas próprias experiências. Ele continuou dizendo que o maior obstáculo no processo de criação foi relembrar como era a paisagem, o ambiente da época, ou seja, coisas mais físicas do que dos sentimentos da época. 

Naturalidade

Agora falarei um pouco do que senti. Enquanto lia, senti uma tranquilidade. Parecia que era algo que tinha passado. Mesmo não tendo as mesmas experiências dele.

Talvez isso tenha ocorrido pelo fato da obra retratar muito a parte interna do Takashi. Um menino que é uma pessoa. Diferente dos protagonistas de ficção, que tem uma linha clara de conduta, o Takashi flutua. Tem dia que ele está bem, tem dia que ele está mal, tem dia irritado e outro feliz, tem dias que ele faz coisas inconsequentes que só humanos fariam. Digamos que a forma como o Takahashi Tsutomu retrata o Takashi, ele consegue projetar um jovem. Como eles eram. Talvez, muitos jovens passem por angústias semelhantes. Ou talvez, eu passei por essa angústia, e por essa razão consigo sentir uma certa naturalidade com essa obra. Uma época que eu não vivi, mas consigo sentir, pois a obra transmite o sentimento da época que sintonizou com a minha. 

Resumindo o Bakuon Rettou: Retrato de uma era

Bem, essa foi a breve visão sobre o Bakuon Rettou: Retrato de uma era. Obra na qual retrata uma época que marcou uma geração inteira do Japão que deixa resquícios até hoje. Uma obra que retrata com detalhes como um jovem se sentia e que de forma geral foi inconsequente. Uma obra que não passa pano e nem idealiza os próprios atos. Uma obra sincera e honesta sobre bosozoku.

Ah, calama. Só vou deixar claro que eu não estou enaltecendo, nem difamando de quem gosta de outras obras de bosozoku, ok?

Então, divirta-se!

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Yago

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