Kareshi Tokidoki Kanojo: Troca troca de…?
Olá, como estão? A obra de hoje também é de relacionamento. Incrivelmente shoujo, enredo de shoujo, expressões de shoujo, mas, as menos publicadas em uma revista shounen. O Bessatsu Shonen Magazine. Essa obra é da autora Musawo, e se chama Kareshi Tokidoki Kanojo. Em uma tradução bem livre, seria algo do tipo “Namorado, às vezes, Namorada”. Os mais entendidos já devem ter comparado o título com a capa e imaginado, mas, sim, é transgênero.
Então vamos ver como desenrola o Kareshi Tokidoki Kanojo?
Sinopse
Hodaka Akizuki, mero estudante do ensino médio que acaba de completar 17 anos, conhece e se apaixona pela menina que ficou trocando ideia com ele no dia que acabou a energia da escola, a Shishizaki Chihaya. Ele confessou para ela, e o pedido foi aceito. O Hodaka já preparado pelo fora que iria receber, fica surpreso que a Chihaya aceita o relacionamento. Mas logo começa a perceber algo estranho.
Kareshi Tokidoki Kanojo: Troca troca de…?
Nas primeira cenas
Falando de uma forma bem brusca, as primeiras palavras do Kareshi Taokidoki Kanojo foram “Gosto de você. Quero você”, a surpresa segue com a resposta com envergonhado “Sim”. Assim, li o momento em que um casal surge nos primeiros cenários, onde nem os nomes deles eu, leitor, sabia.
As comédias românticas do tipo shonen, costumeiramente seguem o padrão “retratar as reviravoltas do início de um relacionamento”, gerando aquele sorriso de ver um casal se formando. Mas, claramente, esse trabalho não segue esta linha. A verdade é que trocas de olhares e gestos inocentes em um relacionamento recém iniciado, também, podem gerar aquele sorriso.
É por isso que a obra retrata o namoro.
Começa com o início do relacionamento deles, mas a maneira como retrata eles aproximando e se sentem atraídos um pelo outro é cuidadosa. Bem shoujo.
A comédia romântica
A comédia romântica começa no apagão e eles passam um tempo juntos sem saber o rosto ou o nome um do outro. A Chihaya não se sente bem no escuro sozinha e buscou alguém para conversar. Esse início é meio surreal pensando na realidade brasileira, e também no mundo de manga, que pode até ser um demoninho alí, ainda mais em um colégio escuro.
No início, eles ficaram estranhamente calados e sem jeito um com o outro. Obviamente. Mas a Chihaya sugeriu jogar Shiritori, o que levou a uma conversa cada vez mais informal. A maneira como eles quebraram o gelo foi muito fofa. Aliás, Shiritori é um jogo de palavras japonesa em que os jogadores são obrigados a dizer uma palavra que começa com o kana final da palavra anterior. Kana é algo remotamente próximo de sílabas. “Shiritori” é literalmente “pegar o fim” ou “pegar a retaguarda”.
Por fim, as luzes se acendem e os dois se encontram pela primeira vez. A troca de olhares deles puxa o sorriso do leitor no máximo! Parece que a atração ocorreu sem nem mesmo se olharem, e a expressão facial deixou tudo mais exuberante.
Beijo? Isso não!
Depois de retratar perfeitamente os altos e baixos da comédia romântica “conhecer, sentir-se atraído um pelo outro e namorar” em um único episódio, seria de se esperar que eles entrassem no modo meloso amoroso daqueles de dar nojo. Mas aí vem o elemento shonen, mudança de cenário perturbador sem razão.
Eles estavam tão bem, prestes a se beijarem, mas então patas de monstros se aproximam, como querendo dizer: “Se você me beijar, terá problemas”. Talvez uma metáfora? Não sei.
Depois do beijo recusado, o Hodaka ficou triste, mas eles tiveram uma conversa intensa e se entendem, pois a Chihaya também quer beijá-la.
A Musawo para desenhar protagonistas tímidas que cria a coragem de revelar seus verdadeiros sentimentos é 10/10. A expressão verbal e facial da Chihaya é muito fofa, e cada movimento em cada quadro é uma dose concentrada de fofura. É embaraçoso, mas mesmo com vergonha, ela diz o que realmente quer dizer com uma fofura tremenda.
Me deu vontade de te beijar
Mas bem, eles fortalecem seus vínculos intercalando eventos que os fazem gostar cada vez mais um do outro e o momento do tão esperado beijo chega.
Chegou a ser emocionante de tão bem construído (quase um clichê) que foi. Mas lembrando que isso tudo ocorreu no primeiro capítulo. O começo e o meio se desenvolveram bem. Só faltava o fim para deixar tudo melhor e como uma obra de comédia romântica não há mais nada a fazer. Estava completo, e olha só, ainda tinha mais um pouco para acabar. E nesse momento a frase a seguir;
Tudo mudou desde que conheci você.
Logo depois de conhecê-lo, eu estava surpreso e encantado com emoções desconhecidas e com o brilho do mundo.
Vou lhe contar o que aconteceu exatamente como aconteceu! Eu beijei a menina que amo tanto que isso mudou o mundo. Depois me transformei em uma garota. Sei que não aparenta fazer sentido o que estou dizendo, mas eu também não entendi o que aconteceu. Senti que ia perder a cabeça. Tive um vislumbre daqueles mangás TS como “Ranma 1/2″ ou “Ayakashi Triangle”.
Resumindo o Solanin: A realidade grotesca
Bem, essa foi a breve visão sobre o Kareshi Tokidoki Kanojo. Casal se conheceram, se apaixonaram, se sentiram atraídos e se beijaram. Isso por si só já é tragicamente clichê de uma comédia romântica, uma obra-prima definitiva. Mas quando eles se beijaram, eles mudaram de sexo.
Neste momento, não tenho ideia de como as coisas vão se desenrolar daqui. Mas ao menos faz juz ao título “Namorado, às vezes, Namorada”. É como Ranma, em que ele se muda de sexo com água? Será que ele muda de sexo toda vez que se beija, ou muda de por algum outro fator, ou o título se concentra apenas no impacto de uma história, e ele continua sendo uma garota o tempo todo? Não sei. Mas pode gerar bastante diversão e discussão. Só espero que não decepcione.
Então: Divirta-se!
Recomendação anterior
Todas as manchas de anime e manga