KochiKame – O policial mais famoso do Japão

KochiKame – O policial mais famoso do Japão

Hey hey! Como estão? Tudo bem? Passaram bem o final do ano? Estão passando bem o início de 2021? Pois bem, para começar bem o ano, vamos com uma obra clássica, mas não muito conhecida. Já ouviram falar de Kochikame? Abreviação do título original: Kochira Katsushika-ku Kameari Kōen-mae Hashutsujo. Quase um trava-língua. Em uma tradução bem simples seria: “Posto policial em frente ao Parque Kameari no Bairro Katsuhika”. Pois bem, vamos conhecer agora.

Sinopse

Sinceramente, não sei como fazer uma sinopse dela. Pois o autor, Akimoto Osamu, puplicou no Weakly Shonen Jump de 1976 a 2016. Foram 40 anos lançando semanalmente, sem falta, em uma revista que corta qualquer um com o ranking baixo. Consequência disso são 200 volumes de mangá. Achou que One Piece era longo demais? ACHOU ERRADO! Mentira, a longevidade de uma não anula a outra. Percebe que é muita coisa?

Mas vamos lá. Vamos tentar. Inicialmente, o Kochikame começou como um gag com traço chamado “gekiga”, e terminou como está na imagem abaixo. Nesses 40 anos passou por várias mudanças. Mudança de traço é uma delas. Essa maleabilidade foi o ponto crucial para o Kochikame manter-se, todo esse tempo, publicando. E terminou, pois o autor, que tinha 64 anos na época, queria fazer outros mangás. Teve a decência de terminar a obra. Não fez como o algum (Berserk) que não sabe se vai terminar. Ops, sai do assunto. Voltando. 

Personagens

Nesses 40 anos de Kochikame, inúmeros personagens surgiram. Mas vamos lá, vamos pegar só o principal para facilitar. O Ryotsu Kankichi, e os companheiros dele, trabalham no posto policial do título e basicamente tudo acontece ao redor dele. Quase um slice of life de policial japonês, e normalmente os episódios são isolados uns dos outros.

Temos o chefe dele, Ohara. Os milionários que trabalham como policiais por hobby: Nakagawa e a Reiko, mas se continuar vou muito longe. Deixo claro que todos são uma figura. 

Pois bem, o Ryotsu é um personagem muito, MAS MUITO fora da curva em uma profissão que, ao menos nas imagens da população japonesa, deve ser regrada e disciplinada. É emotivo, bebum, nada higiênico, vive devendo para deus e o mundo, ama dinheiro ao ponto de perder facilmente o autocontrole e vive para curtir a vida e o hobby. Mas, como é também uma pessoa que preza pela boa amizade e quando precisa faz o que for necessário, muitos gostam dele. Isso dá ganchos e punchlines para vários episódios na obra. Tudo bem que, em quase todas as vezes dá ruim e sempre toma bronca do chefe. Mas vai melhorar? Nem preciso responder, isso é um dos clássicos punchline do Kochikame. Até aqui tudo bem?

Um clássico com inovação

Kochikame é um grande clássico. Não só por ter passado por várias gerações. Mas por ser um exemplo de inovação.

Inicia como um mangá que retrata a vida cotidiana de um policial nem um pouco exemplar. Ao decorrer do tempo, as temáticas foram mudando e começaram a surgir vários assuntos, desde o hobby do autor, ideia e posição política, até histórias com inúmeras curiosidades inúteis (às vezes úteis). Sátira e ironia, e também assuntos sérios sem nenhum tipo de gag. Afinal de contas foram 40 anos de publicação semanal.

Nisso tudo, o que assusta é a capacidade do autor. Pois, após acompanhar 4 a 5 episódios, que dá um mês, percebemos como será o final. Seja figurativa ou não, o Ryotsu vai quebrar a cada de várias formas. É muito previsível. Os punchlines são sempre muito parecidos, mas a história que conduz são estruturadas ao extremo. O Akiyama transcreve meticulosamente as pesquisas feitas e construía semanalmente, atentando nos detalhes. Inserindo diálogos assustadoramente engraçados e bem ritmados. Então, como as informações e novidades do momento são inseridas, mesmo tendo o punchline do Kichikame sendo semelhante, mantinha o padrão do humor. 

Um outro ponto que deixa claro a inovação são os objetos representados no mangá, desde transporte público até os pertences particulares, desde vestimenta até a alimentação. Pois ninguém envelhece, mas sempre tem o aniversário do chefe e as quatro estações. Mesmo assim, sabemos em que época foi publicado aquele episódio. Quase um livro de história viva.

Por último, como é um trabalho de 40 anos, os conceitos de “bom senso” foram mudando com o tempo. Caso for ler os primeiros volumes publicados na época, há retratos de atitudes na qual atualmente não são aceitáveis. Pode ser que fiquem um tanto quanto enojados, no entanto, elas sempre foram revisadas para serem corrigidas, ou até mesmo retiradas das novas impressões. Claramente que o Akiyama não é um santo, mas nesse quesito ele foi um dos pioneiros para poder inovar os hábitos no mundo da publicação japonesa.

Quero falar mais, mas parei por aqui. Mas recomendo vocês a lerem ou a assistirem (sim, tem anime também), do que eu ficar falando mais sobre. Procurem na interweb. Vão achar.

Como sempre, amarrei com muita força, mas conseguiram se divertir? Bem, então, até a próxima!!

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Yago