Happy End.

Happy End.

Olá, como estão? Tudo bem com vocês? Hoje gostaria de apresentar o “Happy End.” da Arita Imari, publicado na Monthly Shonen Gangan. 

A priori, li sem nenhum conhecimento prévio. Pensei que seria um manga Moe, onde poderia ler com o cérebro desligado. Aqueles slice of life suave. Afinal, no título estava a palavra “Happy” e com traços fofos. Mas acabou sendo um manga com a combinação entre “viagem no tempo” e “mistério”. Foi um achado! Se bem que, havia sangue na capa, mas eu nem notei, é sobre isso.

Sinopse

Aida Akane, uma estudante do segundo ano do ensino fundamental II, muda para uma escola em uma região rural, onde sua irmã mais velha é professora. Em seu primeiro dia na nova escola, a irmã de Akane lhe dá um diário e diz para escrevê-lo todos os dias. Akane conhece seus colegas de classe e começa a aproveitar o seu tempo.

Entretanto, um dia, pouco mais de um mês depois, sua irmã obriga ela voltar a Tóquio para morar com seus pais, assim, a Akane fica sem opção. Ela fica tão chocada com a situação que se esquece de escrever seu diário.

No dia seguinte, seus colegas de classe organizaram um churrasco para Akane. Enquanto preparava, a sua irmã perguntou: “Você não escreveu seu diário ontem, certo?” No momento em que a Akane confirmou, a paz e a tranquilidade acabam. A irmã e as amigas da Akane mudam, o tempo volta e as lembranças são retomadas. Assim inicia o suspense e as traições, os choques e os mistérios.

Desde o primeiro episódio, me cativou. Dando aquele gostinho de quero mais. A diferença entre o conteúdo e o traço suave kawaii também ajudaram.

Higurashi no Naku Koro ni

Um estudante sendo transferido para uma escola em uma região pacata, a maioria das pessoas ao seu redor são meninas, você está se adaptando e se divertindo quando de repente o mundo ao seu redor despenca. Na verdade, como forasteiro, muitos segredos são ocultados de você. Um dos seus amigos / colegas está em um looping, e vocês tentam sair deste looping.

Digamos que é idêntico com o plot do “Higurashi no Naku Koro ni“. Um clássico da década de 2000. No entanto, há um diferencial entre Happy End. e os outros manga de looping. O uso estratégico do loop. Lembra um pouco do “All you need is Kill”? Talvez, sim. Mas ela também tenta se livrar do looping matando extraterrestres.

Narrativa caldo de mocotó

O fato de “um dos personagens está em looping” e “outro personagem, também, está em looping”, são muitas vezes as informações chave em outras histórias desse tipo. Entretanto, no Happy End. revela isto nos primeiros estágios da história.

Depois de ler o mangá, percebi que o fato de explicitar o looping no início da história possibilitou mostrar um ângulo completamente diferente para o gênero “looping story”.

A propósito, quando vi que eram apenas 5 volumes, achei que foi sucinto e objetivo. Até aí não estava errado. A questão foi a densidade do conteúdo. Denso como caldo de mocotó. Era repleto de tanta informação que, em certas partes, dificultou a compreensão. A leitura de um volume demorou mais do que o dobro em relação aos “normais”. Foi como ler um romance. Mas, o conteúdo é rico.

É uma história de “tentativa e erro”, onde as personagens, com traços fofos, repetem loops, constroem hipóteses, experimentam, verificam, exploram as possibilidades uma por uma.O ritmo é tão bom que conseguimos ler.

Por fim

Assim, não vou dar spoiler de quem estava por trás de toda essa trama. Não é o nosso foco. Na verdade, até o autor não tinha decidido quem seria até o último momento. Ele tinha construído a história para que todos pudessem ser o vilão, e criou rotas individuais para que o manga pudesse terminar a qualquer momento.

Assim, o fato delas realizarem em grande escala as “tentativas e erros”, me lembrou da época que ficava em laboratórios trabalhando. Elas formulavam uma hipótese, examinavam com base nas informações disponíveis e, em seguida, tomavam medidas para testar as hipóteses. Os resultados dessas ações retroalimentam o próximo passo. O cuidado em cada etapa da análise me surpreendeu no “Happy End.”.

Em outras obras também fazem isso, claro, mas esta é a primeira vez que vejo o ciclo formado tão consciente e tão detalhada. É divertido ler sobre o processo de especulação sobre as razões das irregularidades que ocorrem. É quase como uma experiência, como diz o autor.

Infelizmente, este é um trabalho muito pontual, com vários fios soltos por limitações. A leitura cuidadosa ajuda na compreensão, consequentemente facilita a se apegar nesses fios soltos. Entretanto, vários detalhezinhos dificultaram o caminho do apego. É uma pena que esses detalhes me fizeram hesitar em repetir as leituras, porque a construção foi interessante.

Como sempre amarrei com muita força, mas conseguiram se divertir?

Bem, então, até a próxima!!

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Yago